sábado, 17 de julho de 2010
Só pra dizer algumas palavras...
Estou cansado, é claro,
Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói como dói
E não em função da causa que a produziu.
Sim, estou cansado,
E um pouco sorridente
De o cansaço ser só isto —
Uma vontade de sono no corpo,
Um desejo de não pensar na alma,
E por cima de tudo uma transparência lúcida
Do entendimento retrospectivo...
E a luxúria única de não ter já esperanças?
Sou inteligente; eis tudo.
Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,
E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,
Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa.
Posso fugir dos outros, mas não posso fugir de mim...
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Um comentário:
aí, ás vezes queria poder fugir de mim por alguns segundinhos, rs! E logo tava de volta... tipo, férias, sabe? A vida é pesada, intensa, forte demais, né? Até que ponto temos que dar conta? aiai...
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