Alice no País das Maravilhas talvez seja uma das histórias infantis mais queridas pelos adultos. Primeiro porque existe encanto e beleza e um certo toque de magia e absurdo, como em toda história infantil inteligente; depois, porque as mensagens subliminares escondidas em cada episódio, cada aventura vivida pela menina que cai na toca de um coelho e vai esbarrar em outro mundo, onde nada parece fazer sentido, dá margem às interpretações mais diversas. Têm pesquisadores que até duvidam que Alice no País das Maravilhas tenha sido escrito para crianças. À luz da psicanálise, o jogo de espelhos, a loucura do chapeleiro, as obsessões da rainha de copas, o esconde-esconde com o gato, as variações de tamanho da personagem (ora minúscula e insignificante, ora gigantesca, desproporcional, sempre inadequada) dizem muito mais para um adulto do que para uma criança. Embora, originalmente, a história tenha sido escrita para uma menina de dez anos. No entanto, uma criança do século XIX. Alice e, por tabela, Lewis Carrol, seu criador, são enigmas que se reconfiguram e não perdem a juventude, o ineditismo, a surpresa, mesmo mais de século e meio depois da primeira publicação do livro na Inglaterra da época vitoriana, em 1865.
As edições da história de Lewis Carrol são igualmente inesgotáveis. Das comentadas, luxuosas, integrais, às simplificadas para os menorzinhos, sempre existe uma “alice” adequada ao senso crítico ou idade do leitor. É uma história que, quando lida na infância, é interpretada de um jeito e quando lida na idade adulta, ganha outros significados. As meninas da minha geração e creio que outras antes de nós, quando eram pequenas, queriam viver as aventuras da pequena Alice, apenas pelo gosto de conhecer o exótico, o diferente, transgredir,embora na infância não tenhamos nem consciência do que é uma transgressão. Só sabemos que, no nosso mundo lúdico, sempre há lugar para as coisas aparentemente sem sentido, mas recheadas de significados. Mal sabíamos nós que, ao crescer, encontraríamos em vários rostos pela vida afora, diversas versões da rainha de copas, do gato de cheshire e do chapeleiro louco. De certa forma, toda menina traz dentro de si, mesmo quando mais velha, um pouco de Alice, seja no país das maravilhas ou de um dos dois lados do espelho.
Curiosidades de Alice
Uma curiosidade sobre a história do livro é que ela nasceu em um passeio de Carroll com suas três irmãs (entre elas Alice), pelo rio Tâmisa. Ali, ele as divertia contando e inventando histórias. E assim nasceu o conto de fadas “As aventuras de Alice no subterrâneo” (Underland, Alice entendia Wonderland). Alice gostou tanto da história que pediu a ele que a escrevesse. Carroll adicionou mais fantasia e personagens e nascia assim “Alice no país das Maravilhas".
Naquela epoca os chapeleiros mexiam com mercúrio em suas misturas, nunca tomando chá de verdade, entao isso acabou afetando eles como uma droga, e fumava-se muito ópio. Exemplo a largarta que fuma, doidona de ópio.
Alice de Tim BurtomO diretor, que sempre imprime sua marca nas adaptações – a licença poética parece genial para uns e blasfêmia para outros – neste filme optou por uma espécie de sequência da história original de Carrol.
Alice, aos 17 anos, descobre que está prestes a ser pedida em casamento e, para não casar, foge seguindo um coelho branco e vai parar no País das Maravilhas, onde esteve aos sete, porém não recorda.
PersonagensNo sentido horário: Alice (Mia Wasikowska), Chapeleiro Maluco (Johnny Depp), Rainha Vermelha (Helena Boham Carter esposa do Tim Burton) e Rainha Branca (Anne Hathaway)
Trailer
Aqui o trailer do filme de 1951 e
Aqui a primeira versão de 1903, chorei!
Só tenho que dizer que o figurino da Alice, e do restante do filme é inacreditavelmente belo.
Tim Burton sempre surpreende.
Tim Rocks!